sexta-feira, 8 de agosto de 2014

útero

E este útero me atrai a nunca sair, circundado por flores em suas paredes sanguíneas, pequenos botões sempre no aguardo, na promessa de um desabrochar tardio: não gostaria de sair sem ver o rompante das flores, ainda mais sabendo que lá fora é inverno e as roseiras são escassas: tentam suaves romper o muro de concreto que se constrói na esperança de recriar essa casa há muito abandonada: não se pode ouvir tão de perto o palpitar de um orgão bombeando vida para todos os lados (seu ritmo me nina enquanto nado tranquila na fronteira protetora: mas o que? rompeu: projeto-me para baixo com a velocidade de um tiro).

: a partir deste momento, tudo caminha para sempre em uma eterna separação.

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