sábado, 24 de dezembro de 2011

Carrego em mim o peso de alguém que há muito busca algo, do qual já nem recorda o que é. Me divido em infinitos passos dentro de mim, indo de um lado pro outro, nessa busca incessante, atrás de alguma prova irrefutável que seja suficiente para justificar essa perda que se faz tão presente. Essa ausência tão amarga, perceptível em cada parte do meu corpo, faz com que eu me preencha com o outro, em míseros minutos de falsa plenitude, pois a companhia já não se faz suficiente para abrandar tamanha agitação.
Na verdade é com o outro que a solidão apresenta-se ainda maior, e a ponte que me une ao mundo é substituída por imensos muros, vem como uma proteção.
O medo de sentir qualquer algo mais forte me destrói muito mais do que senti-lo. O sofrimento de não sofrer é infinitas vezes maior. É o limite entre vida e sobrevida.
A verdade é que muito me acostumei nessa sozinhez, mas comecei a ter medo dos pensamentos que surgiram em mim.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Pensamos em situações e contextos para que de alguma forma exista uma organização em tudo o que estamos pensando, porque assim, cria-se uma expectativa de que tudo aquilo que você pensa seja exposto de forma atraente ao outro. Nem importa se o que sentimos é dessa forma mesmo, pode até ser inventado, mas queremos ser vistos.
Escolhemos as palavras e as colocamos nos lugares certos. Alguns erros são até bem aceitos, questão de personalidade.

Um grande circo sentimental.






sábado, 3 de dezembro de 2011

E já tem tanta terra em cima de mim, que já não sei se cavoco para cima ou para baixo. Mas pra qualquer lado é só terra. Eu só queria poder ficar parada, pois tenho um cansaço acumulado que protesta em todos os meus músculos. Eu só queria ficar parada e pensar um jeito melhor de sair daqui, mas tenho medo do escuro.