sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Sem título
Revanche
sábado, 5 de novembro de 2011
Da busca
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Da perda
Mas não veio.
Vencida eu enterrei meu bichinho no canteiro do jardim. Cavei com uma colher a tarde toda aquela terra posta articialmente dentro de uma caixa de cimento, cavei até criar um espaço bem maior do que o corpo do bichinho, pois o via muito grande, de verdade. Embrulhei-o em um paninho que usava no cabelo e joguei terra por cima. Joguei flores por cima. Deitei meu corpo por cima como uma viúva prematura, experimentei a terra da qual ele fazia parte, pois era a forma que eu encontrei de ele estar dentro de mim.
Tempos depois nasceu um matinho aonde eu enterrei meu bichinho. Com uma alegria que mal cabia no meu corpo, eu explodi de emoção e comecei a colhe-los. Ele deve ter ficado bravo no começo, mas me ouviu chorar e encontrou forma de desmorrer. Colhi todo aquele corpo novo do bichinho, para ele estar perto de mim.
Anoiteceu.
E encontrei as mudas mortas em cima da mesinha. Devolvi da onde nunca deveria ter tirado.
Nunca mais iria fazer parte de mim.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Sem título
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Sem título
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Sem título
e quando não, imaginava teu corpinho quente embaixo do afago do cobertor
que será que faz este quando não está comigo?
Sonha, come, chora, escuta, dança, pula, sofre, se amargura, bebe, cheira, grita, estranha, dorme, acorda, lê, se isola, teima, ri, desfruta, desflora, desaparece, cantarola, assobia, se cansa
Fechava a janela e me encabrunhava feito gato deitada
sempre me escapavam lágrimas
Eu te amo, e não sei como faz.
Da espera
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Da fluidez das coisas
Albert Camus
As coisas andam tão rápidas. Escrevo e não reconheço minha letra, ando e não reconheço meu passo, me vejo e meu rosto apresenta as primeiras marcas escavadas de um tempo que passa tão depressa. E eu nem vi. Um dia acordei e me percebi deitada em um descampado. Foi tudo tão rápido que eu esqueci de cultivar alguma coisa naquele espaço, uma mínima margarida. Mínima, não mísera, pois flores nunca são míseras. E esse espaço vazio já faz tão parte de mim que nem lembro quando deveria ter começado a plantar algo. Não sei nem ainda se é possível, pois sabe, as coisas andam tão rápidas que sua fluídez me levaria a pensar em outra coisa, e esqueceria, acho.
Poucas vezes como uma brincadeira do acaso, nesses espaços rápidos, eu dou de encontro comigo. É o único momento em que elimino a passagem do tempo, e num entrecruzado de ações quase me atinjo. E por esta pretensão de chegar a mim de forma rápida e atônita, é que o tempo se restabelece e me perco de novo na rapidez.
Precisava tanto dar de encontro comigo. Iniciar um processo de cultivo, plantando a primeira centelha criadora em mim - A minha ocupação em algum lugar do espaço, onde a passagem do tempo não me assuste, me agarrando na certeza de algo semelhante a vida.
sábado, 10 de setembro de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Para vocês, lembranças
sábado, 20 de agosto de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
Tudo
quarta-feira, 8 de junho de 2011
nada
Era um não pensar delicioso, olhando aquilo, divino. Não amava, não pensava, não sentia, era um grande nada pronto a ser preenchido, por qualquer coisa. E ser qualquer coisa era fantástico. Você entende de tudo, tudinho um pouco de tudo que existe, pois tudo passou ali, num instante, carregando e descarregando tudo. E era só estar ali, sentado. Era algo parecido com não conter. Não tinha corpo. O coração explodiu, a língua pronta a desenvolver um vocabulário novo. Novos olhos é o mais incrível, olhar de novo, e de novo e ser tudo diferente a cada piscadela. O piscar sendo pausa para digerir novas imagens, e não uma fuga mínima de si. Não fugir é o máximo! Pois não existe eu, você, nada. Só aquele instante, de estar sentado, e ficar olhando o dia inteiro só. Incrível.
sábado, 28 de maio de 2011
Não pensei em título nenhum hoje.
Tenho tido dias atípicos, é verdade. Não por algo extraordinário, mas porque alguma coisa dentro de mim mudou. Na verdade ela já está quase reformulada, mas eu demorei muito tempo para me dar conta dela. Simplesmente porque dentro de tantas neuroses, eu não me dou conta de mim.
Sempre achei gente muito feliz burra. Entretanto, inteligente sou eu, que vivo deprimida? Ai, sempre vem aquele discurso clássico “As pessoas felizes são aquelas que não enxergam o que acontece no mundo”. Bom, eu enxergo, ou acho que enxergo, e isso não muda muito né? Afinal, estou deprimida demais pra tentar fazer qualquer coisa. E não nos deprimimos pelo mundo, nos enternecemos algumas vezes por algumas tragédias, mas passa, porque terminamos de ocupar nosso bode diário com alguma aflição nossa, vinda de hábitos que adquirimos.
Hoje acordei, vi um filme, vi dois. Quando ia pro terceiro, decidi me exercitar, pois isso é algo que eu sempre faço, exercício. No meio dele, tive uma crise de choro, pois aquilo que eu estava fazendo não tinha o mínimo sentido. Há anos eu faço milhões de exercício, minha barriga é rasgadinha, e só hoje eu fui perceber. É um ato totalmente vazio, que não sei pra que ou pra quem eu o faço, porque no final dá na mesma, nunca está bom. Mas também não posso ficar sem fazer, senão são milhões de vozes na minha cabeça me lembrando que eu vou engordar, vou lotar de celulites e todas as outras coisas que vem junto. E engraçado, que não é uma coisa que eu me preocupe muito nos outros, na verdade acho que não faz diferença. Mas eu? Eu tenho que me manter impecável, bonitinha, uma boneca. Faço diversas coisas diariamente que não fazem o mínimo sentido. Escondo-me diariamente atrás de um boneca. E boneca o ser inanimado. Pois até para sentir eu tenho dificuldade. Se não for algo extremo, assim, que arregace essa casca, eu não retiro a minha proteção. E Deus, eu tento. Mesmo. Sou apaixonada, muito apaixonada, mas não é algo gostoso, pois eu reluto todo dia a sentir isso, eu não me permito. Pois, é explodir com toda a estrutura montada, e me mostrar uma total débil extremamente sentimental. Eu Deus, eu amo muito.
Todos têm sua ‘bolha’ particular, mas permitir que ela atrapalhe o contato com algo real? Longe daqui de querer discutir o conceito de realidade, mas o que tomo como real, é o sentido da troca, da experiência, um sentir nato onde as energias se entrelaçam. Participo de poucos e deixo poucas pessoas participarem.
Ah! E claro, não esquecendo o maior dos hábitos, que é um erro quase geral. O do esvaziamento. Nos colocamos na frente do outro vazios, esperando que ele nos preencha, como se nada tivéssemos para oferecer. É um tanto egoísta não? Tanto com o outro, quanto conosco de não querermos partilhar. O anulamento próprio em função do outro. Com isso nada se aprende, nada se muda. Se ambos tiverem a mesma idéia, serão dois espaços vazios. Se só um tiver a idéia, não fará a mínima diferença, afinal o conteúdo será o mesmo pros dois.
Uma vez, me chamaram de mosca morta, e eu fiquei puta. Putíssima. Não com a pessoa, mas por mim, porque é verdade. Eu tenho medo, muito medo. Mas enquanto eu me guardo, pra algo que nem eu sei o que é, a vida passa, e rápido. É clichê mas funciona. Eu amo dançar, e infelizmente carreira em dança precisa começar cedo. Eu sou travadíssima por medo. Eu tenho medo da minha paixão. E o tempo passa, e juro, não quero ser dessas velhinhas que saem no jornal que começaram a dançar velhas e são exemplo de vitalidade aos 80. Eu quero isso agora, enquanto meu corpo não me limita. Engraçado, que quando não estou noiada, ele faz coisas ótimas. Se essa dicotomia corpo e alma for real, pobre do meu corpo, que se debilitou por uma alma totalmente problemática e nhé-nhé. Taí uma definição ótima nhé-nhé.
Talvez tenha pego referências erradas. Desde os 13 anos, gosto de ler tudo que cultue a morte. Costumo me identificar sempre com os deprimidos, esquisitos e muito com os coadjuvantes. E ai, acho que me acostumei a não querer conduzir nada, a não optar muito, e agora estou aqui, me expondo ridiculamente porque cheguei em um limite.
Engraçado, eu gosto de escrever, muito, e não estava conseguindo, pois qualquer ato artístico tem obrigação de ser sentido, e como disse, eu ando com problemas nessa questão, hahaha.
Mas hoje, hoje eu quebrei o hábito.