domingo, 10 de fevereiro de 2013

Versos para um quarto escuro

Hoje é para ti que escrevo
e para seu suave aconchego
cúmplice de tudo que
em desatino ou em gemido
me viu abafar no travesseiro.

Um rabisco na parede
uma foto pendurada
uma cama, que já não se faz tão vasta
a este corpo, que cresceu dormindo em seu colchão
me espia.

Junto infinitas coisas em um canto
são cartas, desenhos, memórias
algo de mim que se fez matéria
mas já não entendo
porque já não sou aquilo, nem isso

Sou qualquer coisa
que se fez longe do teu espaço
e que trouxe pra casa
e costurei no corpo
estranho é perceber que aqui, nunca houve espelho

e foi sempre entre suas paredes
que me fiz inteira, o suficiente
para não me fazer
ressentida com o mundo
sozinha aqui, era tudo o que precisava de mim.









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