quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tenho sido dona de um bom humor quase mal educado. Esse humor meio barato que a gente pode gastar em qualquer situação, um pouco estúpido, um pouco infantil e um tanto leve. Logo eu, que me fazia sempre tão triste, fui invadida por uma indiferença com relação ao eterno, ao como levar a vida, ao amor. Faço caretas no espelho do elevador, mando beijos pras câmeras da rua, valso sozinha na esquina da Augusta com a Paulista. Sai do canto escuro pra me colocar em baixo do poste de luz, sou o centro do meu universo, minha rotatividade é no meu umbigo, e no de mais ninguém. Faço carinho com a ponta dos dedos na minha testa, gargalho alto, perco a conta do tempo, falo coisas sem sentido nenhum e me esparramo em alguém, meio gato espichado no sol. Sorrio a boca cheia de dentes, faço barulho.
 Tenho sido dona de um bom humor quase vulgar, desses que a gente gasta em qualquer lugar, meio indiferente pra dor, pro cansaço, esse bom humor malandro, de quem se atrasa pro trabalho porque ficou sentado na calçada à toa pro acaso.

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