A cada dia me encurta
já não tenho tempo
o fluído vital me escapa pelos dedos
escorre, vai embora na água corrente
se afugenta no boeiro e,
a cada dia me encurta
já não tenho tempo
A minha pele aos poucos se marca
meus olhos se enturvam
O cansaço me chega e me afaga como um velho amigo
me derrubo com uma leveza extraordinária
no piso frio, e dos meus dedos, raízes
me prendem
e agoniada lembro que
a cada dia me encurta
já não tenho tempo
Tempo? Não sei que tempo
mas esse grita, me intimida
e as minhas raízes fincadas, meus olhos turvos
meu cansaço
Me sugam e me permitem alienar de algo que me é inevitável
Que a cada dia me encurta
e já não tenho tempo...
A cada volta o relógio confirma o tempo apressado que gira em si. Acumular tempo livre não é pra ele.
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