quinta-feira, 15 de abril de 2010

Frustração

É claro que te amo, e que tua indiferença me cria no peito feridas purulentas.
Podia encontrar a paz diante do teu corpo nu, mas agora me sinto derrapar em tuas curvas apenas, e o teu abraço? Ah! É como se me atirassem um balde de água gélida, e o grito do susto se tornasse uma estalactite na minha garganta e a rasgasse, e a vontade que tenho é de deixá-la sangrar até que o último fio de esperança pudesse se esvair e se perder no espaço.
Creio que nem assim meu amor, olharias pra mim. Sucumbi tanto diante desta agonia que nenhum traço me resultou, sou um corpo já deformado de tamanha solidão, sou o mal cheiro da decomposição, sou esta, pequena, diante dos desencontros desta vida. Sinceramente, não posso dizer que sou muito mais do que a lembrança de que era. Eu mesma, agora? Pura apatia. Me deixo tombar perene, num poço salgado de lágrimas, minha garganta sangra, de tanto gritar para que você não se vá, até a hora que me fiz toda desânimo. Esfaleci, diante de algo que nem acreditava que existia. E hoje você, meu amor, duvida daquilo que me fizeste acreditar.

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