sexta-feira, 12 de abril de 2013

Para meu afeto.

Para meu afeto
escrevo baixo o sol da manhã
que acalenta meu corpo, acarinha a pele
como o corpo seu quando me acosto ao teu lado
entregue ao cansaço

Logo eu, que lutava tanto contra estas coisas
ditas coisas de apaixonado
que ria, crendo ridículas as pieguices dos que escancaram
alegres, plenos, o amor escolhido
me vejo nesta condição, ridícula.

E que feliz, confesso! É estar neste papel
vai colorindo meus dias , modorrentos
infla o peito de saudade
me faz caminhar na rua com um riso frouxo
acalma o coração inquieto

E mesmo quando em água turva
as braçadas pareciam não ser suficientes
e me afogava no mar de palavras que tinha dificuldade de dizer
me fazendo pequena frente a ti e ao mundo
resguardava em mim um sinalizador no peito

Um estômago cheio de flores
que não mais se enroscam, não machucam
e se me transborda o choro
é de uma emoção, simples
mas de imenso tamanho.

Não há promessa de futuro
nem uma preocupação com isto. Deixo acontecer
todos os dias. Para que se renove
Não amamos igual todos os dias
só amamos, insistentemente.

Se não me faço clara
é a vontade de traduzir esse fluxo
que tem sido presente no meu corpo
que em palavras se faz tão falho
mas que dentro de mim é claro, sincero, sentido.

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