Um
passo de cada vez, é o que sempre dizem. Um passo de cada vez. Pedem cautela,
muita atenção. Análise. Investem no medo do chão, na fragilidade do corpo, na
incerteza de tudo o que não é visto. Passo a passo, construo um caminho pautado
em uma segurança inventada, com bases quase sólidas que dizem me sustentar.
Apenas dizem, pois, quando nelas, sua instabilidade é tão forte quanto algo não
demarcado.
Fecho
os olhos e me entrego, seguindo instintivamente, sempre adiante, pisando em
estruturas frágeis que são tão externas a mim. No percurso, a terrível
constatação: Nada disso é meu. Caminho diante escolhas que não são minhas, me
isento da responsabilidade maior de partir para o mundo carregando meus tijolos
para construir algo em plena consciência.
Me faço livre na queda.
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