sábado, 5 de novembro de 2011

Da busca

Hoje acordei com vontade de escrever algo bonito.
Queria contar como me sinto, mas já desisti porque sofro de auto sabotagem. Eu tenho alguma coisa com relação a felicidade, que eu sempre acho que não mereço estar bem. Terapia, corre pra ela, mas sentar e pensar em angústias é o que eu faço de melhor. Senhor, o mundo me angustia, a existência me causa tal problema que sonho constantemente em ser uma planta. Falando em sonhos tive um sonho muito maluco, onde, em uma roda enorme, várias pessoas contavam seus problemas, e com todos eles eu me identificava, mas o das pessoas eram super potencializados, e então eu me sentia mal por me sentir mal diante do quadro deles, mal e frustrada, afinal, o sonho era meu! Eu deveria ser a vítima, não é? Meu sonho, atenção pra mim. Meu terapeuta dizia ( e nele eu acredito, piamente, como uma entidade superior que veio me guiar, amém), que todas as pessoas que aparecem em nossos sonhos somos nós, dentro de uma faceta, ou personalidade, ou sei lá o que, que não acessamos acordados, ou algo parecido com isso. Não prestei real atenção no resto da frase, gosto muito de saber que sou eu, e eu e eu, afinal era só o que me faltava, ser coadjuvante até no meu sonho. Enfim, complexo de maria madalena, preciso de muita atenção pra me sentir bem, então resolvi tentar um processo contrário:
Sozinhez. Ou o máximo dela. Comecei a fazer caminhadas sozinha, sem música, sem livros. Estar em espaços fechados sozinha, pouco conversar, pouco contatar. Me percebi respirando atônita, e um corpo que anda um tanto destrambelhado e aflito, e juro, desespero é latente e visível. Sabe aquele sonho de ser planta? Pois é, descobri que sou quase. Penso muito, de maneira negativa pois é um pensar inerte ( Newton, sabe?), atravanquei meu caminho com pilhas de coisas, que eu, só eu posso limpar. E eu preciso estar sozinha, acho. Tem gente que a gente gruda que nem encosto ( exu, vampiro, demônio), e o ruim é quando você se percebe esta entidade maligna, mesmo que inconsciente. Pra não apanhar de espada de São Jorge, corto o cordão umbilical.Um por um. Amor sufoca, se doente. Eu estou doente.

Quarentena...

Hoje eu acordei com vontade de escrever algo bonito. Pensei no meu sonho, pensei no meu dia, pensei no que eu vi, pensei no parque, pensei em mim. A indiferença é minha.

Diagnóstico: Eu sofro de descrença.

Eu presto atenção na minha respiração. É pequeno, mas vital pra me lembrar que eu pertenço aqui ainda.

O bonito: Alguma coisa em mim ainda resiste, em algum lugar. No meio do caminho eu vi um ninho de passarinho, com um monte de passarinho, eu chorei, escondidinha e DISCRETA. Tem coisas que ainda insistem em nascer...
Está faltando eu, e já me mostro bem atrasada.


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