quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Procuro...

Não. Nada, nada! Além de você...
Hoje acordei suada e com o rosto coberto de lágrimas, causadas por um sonho ruim. Em vão, rolei meu corpo para o outro lado da cama, onde você não estava. Desesperada, transformei o vão entre a cama e a parede em um enorme abismo. Me agarrei forte no pedaço de madeira da cabeceira, sentindo o enorme espaço despreenchido. Não sei se era a cama, se era eu, se era o quarto, só sei que era tudo um imenso vazio, um grande nada no qual eu fazia parte. Afundava o rosto molhado no travesseiro, e um filete de esperança surgia ao ver que este produzia marcas molhadas no tecido - era um sinal de que ainda estava ali. Mas e você? Sem me soltar, procurei atônita teu cheiro no espaço, marcas no corpo, vazio.
Me diz, porque te escapas devagarinho de madrugada? O que fazes? Buscas um novo amor na calada da noite? Não consegues ver que sofro na ausência do toque seu? Que quando entrelaçados nossos corpos, não existe nada além dos limites da minha cama? E mesmo assim, você não está aqui. Sou apenas eu, mergulhada num imenso vazio, escuro, perturbada por um sonho ruim.

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